sábado, 1 de março de 2008

Ócio culposo

É, além de não ser criativo, meu tempo ocioso faz com que eu me sinta culpada, tremendamente culpada. Eu deveria estar fazendo milhões de coisas, projetos, encontros, colocando idéias mirabolantes em prática, mudando o mundo, salvando vidas, descobrindo curas, resolvendo confrontos políticos, mas nãããão... Estou aqui, fumando que nem uma chaminé e dormindo de maquiagem, empretecendo meus pulmões e estragando minha linda cútis. Estou chorando por love affairs não correspondidos, achando que o mundo vai acabar amanhã, e então o amanhã chega e... Ora, ora, vejam só, o mundo não acaba, e nem um terremotinho aparece para abalar as estruturas. Estou me entupindo de porcarias e me sentindo estupidamente gorda e imbecil, pensando "segunda - feira que vem começo um regime" (e, claro, nunca começo), enquanto milhões de pessoas por aí literalmente MORREM de fome. Estou relendo "Sex and the city" pela milésima vez, enquanto os livros da faculdade mofam na estante. Tenho determinados bens de consumo considerados um luxo, mesmo me revoltando com empresas que utilizam mão-de-obra praticamente escrava. Faço mil joguinhos e apostas comigo mesma, mas sempre dou uma trapaceadinha. Não termino nada do que começo, e, na verdade, muitas vezes nem começo o que era pra ter sido começado. Sou parte de um geração fútil e perdida, que sabe o suficiente pra não querer saber de nada. Sinto uma dor punk no fundo do peito que me grita "no future", apesar de eu querer fortemente acreditar no "do-it-yourself", e fazer algo mais da vida do que a procrastinação nossa de cada dia, AMÉM.


Bem vindos ao meu mundo. Nada de novo aqui, podem ir embora.